domingo, 6 de novembro de 2011


DIVERSIDADE E DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL DE SESQUITERPENOS PRODUZIDOS PELO METABOLISMO SECUNDÁRIO 
DE ALGAS MARINHAS DO
GÊNERO LAURENCIA
José Antonio Muniz
Universidade Santa Úrsula – RJ
Mestrado em Ciências do Mar
          As algas marinhas bentônicas do gênero Laurencia (RhodomelaceaeRhodophyta) são reconhecidas como prolíficas na produção de diferentes metabólitos secundários, tais como: sequiterpenos, acetogeninas, diterpenos e triterpenos, halogenados ou não. Vários destes representam tipos estruturais exclusivos, ainda não observados em outros organismos. Inúmeras classes de substâncias químicas são envolvidas nos processos metabólicos dos organismos, sendo responsáveis pelas mais diversas funções biológicas, comuns a todo ser vivo ou particular de grupos taxonômicos específicos. Os metabólitos secundários são derivados do metabolismo primário e estão envolvidos nos processos de adaptação das espécies ao meio ambiente, sendo particular de um grupo relacionado de organismos, por isto, forte ferramenta no estudo taxonômico destes organismos.


Utilizando-se de cerca de 350 referências da literatura científica, reuniu-se 850 citações de sesquiterpenos, organizados nos seus principais sub-grupamentos (Chamigrane, Cuparane, Brasilenane, Perforane, Bisabolane e Eudesmane) conforme Guella et al (2001), para espécies do gênero Laurencia e gêneros afins como Chondrophycus e Osmundea (Nam,1994), produzindo-se através de uma grade de similaridade (Índice de Bray-Curtis) um plexus indicativo das relações de semelhança entre as floras de 6 regiões geográficas (Japão, Pacifico Americano, Caribe, Canárias, Mediterrâneo e Austrália). A análise da distribuição destes metabólitos (sesquiterpenos) foi realizada e mostra a provável evolução nos arsenais químicos que este grupo taxonômico utilizou para sobrevivência nos ambientes em que são encontrados. Atualmente, acredita-se que a evolução de cada metabólito versus a evolução de cada espécie que o produz está relacionada com a Teoria da Evolução Micromolecular (Gotlieb, 1982).


Observou-se grande semelhança entre as floras do Japão, Pacifico Americano e Austrália. As demais floras comportam-se independentes das restantes, apresentando uma característica única na composição dos tipos de sesquiterpenos que as compõem.
Pôde-se observar, também, um possível deslocamento (ou rota geográfica) de determinado metabólito (grupo sesquiterpênico) ao comparar a composição de cada região com as condições e configurações dos oceanos e continentes a partir do antigo Mar de Tethys.

Referências.
Guella et al. 2001. Calenzanol, the first member of a new class of sesquiterpene with a novel skeleton isolated from the red seaweed Laurencia microcladia from the Bay of Calenzana, Elba Island. Tetrahedron Let. 42:723-725.
Gotlieb, O.R. 1982. Micromolecular evolution, systematics and ecology. Berlin, Springer.
Adaptado do trabalho apresentado no 10º Simpósio de 
Biologia Marinha–UNISANTA –Santos (SP) – 2007
e da monografia do curso de pós-graduação de 
Especialização em Química-UFLA (MG) – 2005.

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