sexta-feira, 20 de agosto de 2021

EPIFITISMO EM DIGENIA SIMPLEX.

 

 

EPIFITISMO EM DIGENIA SIMPLEX

                Em recente viagem ao nordeste brasileiro, encontrei uma grande quantidade de espécimes de Digenia simplex (Wulfen) C. Agardh atiradas na Praia de Maragogi, Alagoas e lembrei-me de um antigo trabalho sobre epifitismo nesta planta.

Caixa de Texto: Ferreira-Correia, M.M.1969.
Epífitas de Digenia simplex no estado do Ceará. 
Arquivos de Ciências do Mar. 9:63-69.

http://www.periodicos.ufc.br/arquivosdecienciadomar/article/view/32873

        Creio que foi o primeiro trabalho nacional focando aspectos epífitas em algas bentônicas com dados quantitativos, embora a análise tenha sido só pelos aspectos visuais da população, a autora teve o vislumbre de colocá-los no bojo da publicação o que facilitou uma outra análise sob outra ótica, como a que apresento aqui.

              Para o tratamento dos dados, as análises utilizaram para as medidas de similaridade a Distância Euclidiana normalizada padronizada e as transformações foram pela presença/ausência dos dados na amostragem. Para isso utilizou-se o aplicativo Primer 5.0©.

                Ao tentar ordenar os valores apresentados pela Professora Marlucia encontrei esses aspectos:

=    A.  Aspecto sazonal:



            Três grupos nas estações do ano: Um na Primavera, um no Verão e um terceiro menos significativo incluindo meses de Outono e Inverno são reconhecidos embora apenas na Primavera encontremos um grupo mais especializado, formado por um número maior de espécies exclusivas desta época do ano: Sphacelaria, Padina, Fosliella, Cryptonemia, Gracilaria, Spermothamnion, Bryothamnion (2 spp), Chondria, Polysiphonia, Sargassum e Vidalia.

                A maior parte da flora sazonal é formada por espécies presentes em todas as estações do ano: Ulva, Cladophora (2spp), Jania, Laurencia (2spp), Erythrotrichia, Corallina (2spp), Ceramium (2spp), Hypnea (2spp), Centroceras e Acanthophora, que correspondem a 41,6% da flora estudada.

                Poucas espécies, além daquelas que persistem o ano todo, existem em estações diversas. Podemos citar Enteromorpha (Primavera/Verão), Champia, Griffthisia e Herposiphonia (Outono/Primavera).

A.     B.  Aspecto específico:

              A ordenação por espécies aponta também para o comportamento sazonal já indicado, conforme o gráfico abaixo:

 


        No entanto, percebemos uma flora muito estável, apontando para pequenas diferenças sazonais.

A.    C,  Aspectos morfofuncionais

                Ao analisar a comunidade epífita pelos seus aspectos morfofuncionais, percebemos, também, um comportamento igual em cada época amostrada, conforme o gráfico abaixo: 




            Onde percebemos um domínio por algas do tipo filamentosa e macrófita em todos as três épocas estudadas, mostrando um ambiente estável em todo o período amostrado.

                Logo apontarei o comportamento desta comunidade e acrescentará mais conhecimentos para conhecimento da ciência.

                Outros trabalhos com o mesmo foco foram efetuados pela pesquisadora ou orientadora:

França, R.C.P. 1974. Macroalgas epífitas em Corallina officinalis na Praia da Ponta do Faro de São Marcos. TCC. UFMA.

REIS, K. S.; CORREIA, M. M. F..1982. Algas epífitas macroscópicas sobre Cladophoropsis membranacea (C. Agardh) Borgesem (Chlorophyta-Siphonocladaceae) na Ilha de São Luis-MA. Cad Pesq Ufma, São Luis, v. 8, n.1/2, p. 39-49.

PESSOA, C. R. D.; CORREIA, M. M. F. 1998. Aspectos ecológicos das Bacillariophyceae epífitas sobre Murrayella periclados (C. Agardh/Schimitz (Rhodophyta) no manguezal de Parna Açú, Estado do Maranhão, Brasil. In: 4º Congresso de Ecologia do Brasil, 1998, Belém. Resumos do 4º Congresso de Ecologia do Brasil.