EPIFITISMO EM DIGENIA SIMPLEX
Em recente viagem ao nordeste brasileiro, encontrei uma grande quantidade de espécimes de Digenia simplex (Wulfen) C. Agardh atiradas na Praia de Maragogi, Alagoas e lembrei-me de um antigo trabalho sobre epifitismo nesta planta.
Creio
que foi o primeiro trabalho nacional focando aspectos epífitas em algas
bentônicas com dados quantitativos, embora a análise tenha sido só pelos
aspectos visuais da população, a autora teve o vislumbre de colocá-los no bojo
da publicação o que facilitou uma outra análise sob outra ótica, como a que
apresento aqui.
Para o tratamento dos dados, as
análises utilizaram para as medidas de similaridade a Distância Euclidiana
normalizada padronizada e as transformações foram pela presença/ausência dos
dados na amostragem. Para isso utilizou-se o aplicativo Primer 5.0©.
Ao tentar ordenar os valores
apresentados pela Professora Marlucia encontrei esses aspectos:
= A. Aspecto sazonal:
Três
grupos nas estações do ano: Um na Primavera, um no Verão e um terceiro menos
significativo incluindo meses de Outono e Inverno são reconhecidos embora
apenas na Primavera encontremos um grupo mais especializado, formado por um
número maior de espécies exclusivas desta época do ano: Sphacelaria, Padina,
Fosliella, Cryptonemia, Gracilaria, Spermothamnion, Bryothamnion (2 spp), Chondria,
Polysiphonia, Sargassum e Vidalia.
A maior parte da flora sazonal é
formada por espécies presentes em todas as estações do ano: Ulva, Cladophora
(2spp), Jania, Laurencia (2spp), Erythrotrichia, Corallina (2spp), Ceramium
(2spp), Hypnea (2spp), Centroceras e Acanthophora, que correspondem a 41,6% da
flora estudada.
Poucas espécies, além daquelas
que persistem o ano todo, existem em estações diversas. Podemos citar
Enteromorpha (Primavera/Verão), Champia, Griffthisia e Herposiphonia
(Outono/Primavera).
A. B. Aspecto específico:
A ordenação por espécies aponta
também para o comportamento sazonal já indicado, conforme o gráfico abaixo:
No
entanto, percebemos uma flora muito estável, apontando para pequenas diferenças
sazonais.
A. C, Aspectos morfofuncionais
Ao analisar a comunidade epífita
pelos seus aspectos morfofuncionais, percebemos, também, um comportamento igual
em cada época amostrada, conforme o gráfico abaixo:
Onde
percebemos um domínio por algas do tipo filamentosa e macrófita em todos as
três épocas estudadas, mostrando um ambiente estável em todo o período
amostrado.
Logo apontarei o comportamento
desta comunidade e acrescentará mais conhecimentos para conhecimento da
ciência.
Outros trabalhos com o mesmo
foco foram efetuados pela pesquisadora ou orientadora:
França,
R.C.P. 1974. Macroalgas epífitas em Corallina officinalis na Praia da Ponta do
Faro de São Marcos. TCC. UFMA.
REIS,
K. S.; CORREIA, M. M. F..1982. Algas epífitas macroscópicas sobre
Cladophoropsis membranacea (C. Agardh) Borgesem (Chlorophyta-Siphonocladaceae)
na Ilha de São Luis-MA. Cad Pesq Ufma, São Luis, v. 8, n.1/2, p. 39-49.
PESSOA,
C. R. D.; CORREIA, M. M. F. 1998. Aspectos ecológicos das Bacillariophyceae epífitas
sobre Murrayella periclados (C. Agardh/Schimitz (Rhodophyta) no manguezal de
Parna Açú, Estado do Maranhão, Brasil. In: 4º Congresso de Ecologia do Brasil,
1998, Belém. Resumos do 4º Congresso de Ecologia do Brasil.
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