Agora foram as cópias dos
fabulosos trabalhos do Kylin (Die Gattungen der Rhodophyceen) e do Kützing
(Species Algarum) que passaram em minhas mãos e lembrei-me do quanto me
lamentava não saber alemão para poder ler “apenas” estas obras. Foi quando me
lembrei da fama do Kützing.
Aliás,
o alemão Friedrich Traugott Kützing
(1807-1893) e sua fama ainda hoje, estão ligadas a “revolução pasteuriana”. Kützing e
os cientistas franceses: Schwann (1810-82) e Cagniard-Latour (1777-1859), trabalhando independentemente,
demonstraram que a fermentação da
cerveja (para sorte dos alemães) e do vinho (para sorte dos franceses) era o
resultado da atividade de células
Todas estas
historiografias e embates desaguaram nas conhecidas descobertas de Pasteur.
Franceses e alemães se rivalizavam desde a guerra
franco-prussiana o que colocava mais lenha na fogueira. Para sorte da
humanidade esta nova modalidade de “guerra” ao contrário da outra, só trouxe
benefícios para a civilização.
Nesta época (1837)
os cientistas franceses já eram laureados pesquisadores enquanto Kützing era um
modesto farmacêutico e professor em uma escola de uma pequena cidade no
noroeste alemão.
No entanto, sua
prolífica produção intelectual esteve sempre ligada ao estudo das algas.
Lembro-me ainda de
quantas tardes passei na biblioteca do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
folheando suas Tabulae Phycologicae e me deliciando com suas estampas.
Quantos
gêneros e espécies de algas descritos por Kützing esbarramos na ficologia
nacional?
Olhe
uma pequena e rápida passagem: Bryothamnion, Calliblepharis, Chaetomorpha, Cladophora,
Cryptopleura, Hypoglossum, Rhizoclonium, Rhodophyllis, Corallina cubensis,
Dictyota ciliolata, Griffithsia radicans, Gracilaria dominguensis, Hypnea
cornuta, Hypnea spinella, Polysiphonia denudata, Spyridia aculeata entre
outros.
Embora
exista uma condecoração alemã que utiliza uma medalha
com o rosto do Kützing e sua contribuição para o estudo das algas, não obtive
sucesso em saber o que festeja.
Taí amigos, até a próxima.
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