Recentemente,
fazendo uma reforma no escritório, esteve em minhas mãos o clássico “Manual of
Phycology” do Gilbert Smith, e folheando-o me deparei com o capítulo da Kathleen
Drew e me lembrei de uma antiga conversa com o Pedrini sobre esta pesquisadora
e no quanto foi importante o seu trabalho não só para a ciência como para a
humanidade em especial para os japoneses.
Vou
iniciar esta seção no blog retratando estes personagens que escreveram seus
nomes na história a partir de suas ações na ficologia.
E
começaremos com um nome que é um símbolo na ficologia:
Kathleen
Mary Drew-Baker.
Não
faremos uma biografia ou algo assim, mas buscaremos retratar estas pessoas com
informações sobre aspectos de sua personalidade ou como mudaram a ciência, seu
mundo e outras vidas, sempre de uma forma informal e que certamente mais
influenciaram estes personagens em suas pesquisas e visões. Para uma revisão
mais científica para Kathleen Drew indico o resumo dos obituários publicados no
Boletim
Ficológico Britânico.
Viveu
no inicio do século passado (1901-1957), sendo uma das primeiras a adquirir o
título acadêmico de Botânica com honras na Europa pela Universidade de
Manchester (1922).
Fonte: http://www.mosi.org.uk/media/33871089/drkathleendrew-baker.pdf
Nós todos sabemos a importância
econômica das algas para os povos orientais, principalmente os japoneses. Uma das
algas mais utilizadas na alimentação dos japoneses é a conhecida Nori, pertencente
ao gênero Porphyra (foto). Utilizada na parte externa do conhecido bolinho de
arroz, o Sushi (foto).
Em 1948,
devido a descuidada utilização de fertilizantes associado a desastres
climáticos (tufões), a produção de Nori estava nos mais baixos índices da
história e os pesquisadores não tinham uma resposta técnica que pudesse ajudar
aos fazendeiros além disso a colheita das lâminas de Nori ocorre no inverno
quando as águas japonesas estão mais geladas.
Desconhecia-se
o ciclo de vida desta alga, só conhecido no ano seguinte a partir dos estudos
de Kathleen, em 1949, com a espécie Porphyra umbilicalis.
O
gênero Porphyra apresenta um ciclo de vida onde uma das fases é microscópica e
outra macroscópica. A fase microscópica é filamentosa e ocorre no interior de
conchas vazias de moluscos.
Com esta descoberta estava salvo
o cultivo comercial de Nori, tendo a produção pulado de 3000 a 5000 toneladas
antes deste trabalho para 5000 a 35000 toneladas após as novas técnicas.
Gratos
a este feito, em 1963 (6 anos após a morte da cientista) foi erguido um
monumento(foto) no Parque Sumiyoshi, na cidade de Uto em Kumamoto (Japão), um
local muito arborizado com muitas hortênsias à 70 metros de altitude. Todo 14
de abril (data do falecimento) é realizado o Festival Drew que homenageia a
autora, como forma de agradecimento do povo japonês pela contribuição das
descobertas de Kathleen. Sendo chamada pelos japoneses de “Mãe do Mar”.
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